📢 O Mercado em Alerta: Inflação de Volta ao Jogo e os Próximos Passos do Brasil

Sep 26, 2025

De um lado, o IPCA-15 de setembro trouxe um recado claro: a inflação voltou a subir. O avanço de 0,48% pode parecer discreto, mas quando olhamos os últimos 12 meses, já acumulamos 5,32% — um número que incomoda e reacende as dúvidas sobre o futuro da política monetária no Brasil.

Na prática, isso significa que aquela narrativa de desinflação consistente perde força. E é justamente nesse momento que o governo coloca na mesa um pacote bilionário de incentivos para atrair data centers e regular o setor digital. A promessa é de até R$ 2 trilhões em investimentos de longo prazo. Ou seja, enquanto o curto prazo nos testa com preços pressionados, o discurso oficial aponta para o futuro digital como forma de trazer capital e consolidar o Brasil como hub de inovação.

Ao mesmo tempo, o Tesouro não perdeu a oportunidade e realizou a terceira emissão de dívida externa em 2025, algo que não víamos com essa frequência há mais de uma década. Essa operação sinaliza duas coisas: primeiro, a necessidade de reforço de caixa; segundo, a tentativa de mostrar confiança internacional na nossa economia, mesmo em meio ao cenário global de juros elevados.

Na minha leitura, o dia de hoje no mercado brasileiro deve carregar esse misto de cautela e expectativa. O Ibovespa, que fechou a última sessão em queda de –0,81%, perto dos 145 mil pontos, continua exposto ao humor externo e à força do dólar. O WINFUT tende a acompanhar essa direção, com oscilações curtas na abertura e provável lateralização ao longo do dia. Já o dólar, esse segue firme: a tendência é de valorização diante do fluxo internacional e da busca por proteção.

Vejo o pregão de hoje dividido em três atos:

Abertura pressionada, refletindo a inflação e o risco fiscal.
Meio do dia mais travado, na espera de sinais externos.
Fechamento sem grandes catalisadores positivos, possivelmente ainda com viés negativo.
🟢 Dólar com tendência de alta.
🔴 Ibovespa e mini-índice com viés de queda.

Esse é o retrato que enxergo neste momento: um Brasil que tenta mostrar musculatura para atrair investimentos e vender confiança, mas que, ao mesmo tempo, não consegue escapar do peso da inflação e da sensibilidade ao mercado externo.